terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Daquelas coisas que não tem limite quando se está só.

No limite de mim.
No limite da consciência das coisas inconscientes que faço.
No limite das conversas sem limite nas esquinas chuvosas.
O limite das esperas.
O limite das cheganças.
O limite das querências sem limite.
No limiar do são e da insanidade.
Limitando a minha sanidade.
Ilimitando as minhas curas procuradas.
Imitando as palavras que não disse.
Incompreensíveis atos de limitações depravadas.
A minha depravação emocional.
O meu descuido comportamental.
O meu desvio de caráter.
A minha boca suja de chocolate pra aplacar o gozo.
A vontade do gozo nos dedos sujos de doce e pipoca salgada.
A goela encharcada daquilo que meus olhos mostraram.
O fim de tarde em sépia e a noite em pranto.
A renda rasgada das meias sete oitavos.
As unhas descascadas nos lábios inquietos.
A força do púbis solitário nos lençóis frios.
Dos seios frios nos lençóis amassados.
A boca aberta dos gemidos também sós e calados.
Os latidos, os cigarros, as cachaças.
A cachaça encharcando o colo como os olhos encharcam os travesseiros.
O limite do que aguentei só.
O limite do pranto e do canto calado no canto da sala.
Os pés no chão frio e as pernas trêmulas.
No limite do estar só.
No limite de mim.

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