Porque a solidão se me permito a solitude?
Esse querer-me tão imenso, essa paixão exacerbada por mim.Hoje permito-me uma taça de vinho, um cigarro quem sabe e um dia frio.
Permito-me também devaneios ousados, músicas criadas e cantadas ao vento e o esquecimento de suas melodias e poemas.
Permito-me a vivência do que tanto me privei por querer ser mais respeitosa.
Permito-me os sabores e até as dores que doem menos, porque agora permito-me.
Permito-me ser quem sou, e sentir saudades de mim, e me olhar no espelho, e me melhorar, e me querer, e fazer amor comigo mesma sem peso na consciência.
Permito-me ser quem sou, machucando o próximo... talvez mas sem intenção, até que o próximo perceba que eu só estou permitindo-me.
Permito-me a não exclusão das possibilidades.
Permito-me pensar nos meus obstáculos, e até mesmo esquecê-los em segundos apenas porque uma gota de chuva primou com o sol na janela do ônibus.
Permito-me vagar nua entre bosques quentinhos, e nadar vestida em lagos gelados, porque minha mente agora eu permito.
Permito-me ser quem sou, e não querer depender, nem querer mais defender meu ponto de vista, pois as coisas vão acontecendo e eles permitem-se acontecer.
Permito-me observar, e até deixar de escrever poemas, haikais, para escrever crônicas.
É Chaudon aos ouvidos, Chandon na boca, pés no assoalho, calça ainda apertada, bexiga cheia...
Sou eu, permitindo-me.
Permito-me.
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