quarta-feira, 26 de junho de 2013

Permettre"


Porque a solidão se me permito a solitude?
Esse querer-me tão imenso, essa paixão exacerbada por mim.
Hoje permito-me uma taça de vinho, um cigarro quem sabe e um dia frio.
Permito-me também devaneios ousados, músicas criadas e cantadas ao vento e o esquecimento de suas melodias e poemas.
Permito-me a vivência do que tanto me privei por querer ser mais respeitosa.
Permito-me os sabores e até as dores que doem menos, porque agora permito-me.
Permito-me ser quem sou, e sentir saudades de mim, e me olhar no espelho, e me melhorar, e me querer, e fazer amor comigo mesma sem peso na consciência.
Permito-me ser quem sou, machucando o próximo... talvez mas sem intenção, até que o próximo perceba que eu só estou permitindo-me.
Permito-me a não exclusão das possibilidades.
Permito-me pensar nos meus obstáculos, e até mesmo esquecê-los em segundos apenas porque uma gota de chuva primou com o sol na janela do ônibus.
Permito-me vagar nua entre bosques quentinhos, e nadar vestida em lagos gelados, porque minha mente agora eu permito.
Permito-me ser quem sou, e não querer depender, nem querer mais defender meu ponto de vista, pois as coisas vão acontecendo e eles permitem-se acontecer.
Permito-me observar, e até deixar de escrever poemas, haikais, para escrever crônicas.
É Chaudon aos ouvidos, Chandon na boca, pés no assoalho, calça ainda apertada, bexiga cheia...
Sou eu, permitindo-me.
Permito-me.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dessas coisas que se quer gritar e o amor não deixa, porque se perde mais, quando não se tem amor.

És tão linda em meu leito calmo e quente.
És tão linda em meu colo frio e latente.
És belíssima aos olhos de quem a vê ao meu lado.
És divina aos meus olhos apaixonados.
...
É feiura que vejo quando me encontro só a devassar sua discrição.
É horror e lástima quando me encontro escorrendo entre suas mãos.
É uma dor doente, dessa demente apaixonada,
Dessa vadia de boca escancarada que você tomou pra si.
...
Talvez passe essa dor.
Talvez eu passe por você.
Eu acho que por mim você já passou.
É só passe de dor, e dor, e dor...
...
Eu vou ser indolor.
Indescritivelmente indolor.
Mesmo que para isso,
Devo-me permitir o que me causas.
Mesmo que para isso eu deva me permitir a dor.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

De quando era para a Flor.


Quando me vem os dissabores da vida,
Você me come com doçura e mansidão.
Quando me vem a seca de sentimentos
Você deságua o rio de loucuras que há dentro de mim.
Quando me vejo só a usar meu prazer
É teu semblante e teu cheiro aqui pertinho,
Facilitando minhas criações, meus momentos...
E quando eu penso que você está indo
Você me dá aquele sorriso de um ano atrás
Com aquela boca de 'quero beijar' de mesmo ano que passou
E aquele perfume de 'vou te marcar' de mesmo doze meses anteriores
E aquele olhar de fera faminta de mesmo tempo em que minha vida começou a fazer sentido.
Eu te amo e é claro tudo isso.
Nossas ranhuras e nossas mordidas.
Arrancam sim um pedaço aqui de dentro de mim,
Mas você me dá metade do seu pão e eu costuro no  lugar.
Você me corta a carne inteira e me faz chorar.
Depois me cobre de 'flores amarelas. vermelhas (...) e da cor do mar'
E a dor se esvai, porque jurei por todas 'essas flores que pra sempre ei de te amar.'
Mesmo sendo piegas, é assim.
Esse furacão dentro de mim, causado por um sopro na nuca,
Sopro seu, calor seu, movimento seu, amor meu pra ti!

terça-feira, 4 de junho de 2013