quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Moça.



O primeiro raio de sol toca a pele. O abrir dos olhos é pesaroso. O levantar da cama é quase impossível.
São novos sons, novos sabores, novos odores da vida. Os sonhos se realizando, o olhar ainda não treinado, a boca ainda não sabe calar, mas os gestos aprenderam a gritar.
Calça suas sandálias moça, põe a fita no cabelo, carmim nos lábios.
 Pinte as unhas de laranja e espere na janela.
Deixe os negros cabelos beijar o vento.
Sinta  beijo das nuvens no olhar de mata. No olhar que mata.
Rode sua chita moça, pinte as maçãs do rosto
Sinta o sol prender-se à pele.
Espere na janela as cores que passam e se despenteie.
Segure a mão à cintura moça, faça cara de esperta, assuste, pule e cale.
Agora tire as sandálias moça.
O chão é firme, a vida brota, agora vem e desabrocha, nesse meu peito que é seu.
Nesse você que sou eu, nesse infinito de mim.
De lábios loucos carmim, que come a vida e bebe o tempo.
E se encha com tudo do bom, e me aflore com tudo de ti.

Nenhum comentário: