É um enjoo de tudo, de todos. Não quer abrir os olhos, seja para ver o breu ou a luz. Quer deitar, sentir carícias no corpo, sentir uma brisa, ouvir uma voz acolhedora. Não pretende ouvir 'eu te amo', quer ouvir apenas o silêncio, o silêncio que se faz no coração e na alma quando sente-se acolhida. Ela quer voltar um tempo que não mais volta. Um passado longe que no presente a desnorteia por ter um saborzinho de futuro.
Os braços já não são mais os mesmos, a pele não mais tão vistosa, os cabelos já não tão claros nem longos. O brilho dos olhos voltou, o sorriso e a vontade de correr também. Veio tudo com um desejo adulto, um tesão de cheiros e sabores. Ela, uma lágrima infantil, tentativas adolescentes e o desejo adulto. Ele, os olhos infantis, os medos adolescentes e o desejo adulto. Eles cheios de desejo adulto, de vontade de calar com a língua no céu da boca, de fechar os olhos e abrir a boca num gemido, num apertar de coxas e rasgos de pele. De querer o silêncio que não existe por que há dois corpos em constante movimento, em sincronia perfeita, em balanço equilibrado.
Ela, quebra suas regras, liga, pensa, fica com o cheiro no corpo, sonha. Ele, mantém as regras, adora que ela ligue, pensa e assume que pensa muito nela, não fala do cheiro no corpo, sente cada pedaço do corpo dela, quer tornar realidade.
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