segunda-feira, 7 de novembro de 2011

5 minutos.

Acordou de um sonho bom. Acordou com as dores da realidade. Com o cheiro que tinha deixado na pele. O cheiro não era mais de sonho, era de tudo que alguém que vive pode sofrer. Tudo de alguém que vive e pode ser feliz. Tudo de alguém que vive!
A boca seca, os olhos pesados, os músculos doloridos. A mente leve, o coração leve, as pernas leves, e quem diria...o corpo leve! É uma daquelas manhãs tarde em que tudo parece bem, e ela sempre espera o que é bom, esperando o que também pode vir de ruim. Ainda nem se levantou e a mente já fervilhava de palavras e acontecimentos que se confundiam com tudo que prometera não mais acontecer; mas como resistir, pois vive no mundo em que nada deve ser desperdiçado, principalmente os gostares, os cheiros, os paladares, os tatos, as visões, os ruídos... Todos os seis sentidos são aguçados; sim, os seis sentidos, pois os efêmeros momentos são eternizados naquelas partículas que voam soltas no ar quando bate o sol pela fresta da janela. E possui tanto querer que dá medo, tanto amor que dá medo, tanto carinho que dá medo, e tanto medo que dá medo.
Quer pular de um precipício, mas decide pular no precipício, agarrar-se aquilo que não se sente, que não se entende e se sente viva, adolescente, irresponsavelmente responsável, e se entende pela primeira vez, e compreende que era essa metade amputada há tanto que lhe faltava de uma maneira ou outra.
E até se pega com achar de posses que não existem, com pensamentos "infantis", com cara amarrada, engolindo o sorriso de outrora. E espreguiça, e se levanta, e já está tão cheia...!! E se preocupa, não com o tempo, mas com as inúmeras coisas que se passaram em tão pouco tempo essa manhã, se encheu até a borda desses primeiros cinco minutos de sua manhã. E se alegra novamente, ninguém mais no mundo desfrutou desses minutos, eles são só seus.

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