quinta-feira, 14 de novembro de 2013

De todos os ósculos.

Eu quero beijar sua boca torta ao me ver chegar tarde
Eu quero que corra a boca rota que eu não sou sua, mas durmo em suas metades.
Eu quero o céu da boca, escuro, como boca de onça faminta.
Eu quero as bocas que não via porque comia dia-a-dia da boca que pensei que sempre me daria.
Eu quero as bocas, sem sabores, as que não tem você.
Eu quero a sua boca louca, louca boca sem me ter.
Eu tenho a sua boca falsa de perjúrios contra mim.
Não tenho mais a boca doce, mel de cana, cor carmim.
Não tenho, não quero, mas quero toda, inteira, infame boca a beber meu gozo e meu pranto.

Depois, boca maldita, bendita seja, sorria pra mim, boca pecaminosa de todo encanto.

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