Era esse teu pecado e a minha imensa gula.
Éramos anjos caídos no meu leito morno.
Éramos borboletas volantes e azuis celeste neste céu translúcido dos meus inúmeros travesseiros.
Éramos um par de jarros. Um jarro robusto e outro mais delgado.
Éramos um par de jarros, jarros cheios, cheios de não sei lá o quê.
Éramos duas cadelas no cio.
Éramos duas abelhas rainhas.
Éramos estrelas cadentes perenes, realizando nossos inúmeros desejos.
...
Éramos tanto.
Éramos tantas coisas.
Só não éramos o que somos hoje.
Disparidade, ambiguidade, falência.
...
Seremos o que nos permitirmos ser.
Eu sou aquilo que você ama.
Você é aquele meu objeto único de desejo, meu querer bem.
Meu amor fecundo e inoportuno pro que vivo hoje.
Seremos aquilo que procuramos, aquilo que no permitimos enxergar.
Se formos atentas, veremos que ainda somos o que éramos!
2 comentários:
Você é a melhor "poetera" que já vi. Incrível. Adorei, parabéns.
Só sai bom quando temos alguém que nos inspire. Vlw.
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