quarta-feira, 18 de julho de 2012

Le(ã)oa Minha.


Se foram suas mãos, seus lábios, seus seios que me tomaram não sei. Só sei que senti-me tomada em leves goles, uma taça de vinho transbordando , e seus lábios me contendo e ao mesmo tempo me  derramando.
Toquei sua pele  levemente e  enrosquei meus dedos em seus cabelos. Um leão, um lindo leão me cobrindo com sua pele macia e sua juba sedutora.  Me devorando como uma presa fácil. Fui uma presa fácil, presa entre suas presas.
Me sinto tomada, domada, por essa febre que me entorpece como álcool e estômago vazio. Por esse querer-te feito fome e prato vazio. E esse leito cheio e quente feito colo e cobertor de lã.
Como duas gatas no cio... Felinas, selvagens, rasgando as horas como a pele de um cordeiro, rasgando a noite como seda chinesa nas mãos de Vikings,  sentindo o frio se dissipar pelo fervor de suas coxas, pelo calor de seu íntimo, úmido e firme. E seus movimentos precisos em minhas mãos, em minha língua, numa dança de acasalar.
Olhos fechados, seios me olhando, mãos me apertando, pernas cedendo a mim, ao meu desejo, à minha luxúria, ao meu clamor. Roçando os quadris em meu íntimo, em meu colo, em minha face, em meus pensamentos.
Deslizo as mãos, dedos, lábios... para te encontrar. Sorvo-a em goles largos e demorados. Aprecio seu gosto, sua temperatura e seu suor. No meu leito, raso ou fundo, cama ou chão, claro ou escuro, em pé ou não; o único desejo é tê-la novamente em minhas mãos.

Marlua Sousa
         17/07/2012

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