Se foram suas mãos, seus lábios, seus seios que
me tomaram não sei. Só sei que senti-me tomada em leves goles, uma taça de
vinho transbordando , e seus lábios me contendo e ao mesmo tempo me derramando.
Toquei sua pele
levemente e enrosquei meus dedos
em seus cabelos. Um leão, um lindo leão me cobrindo com sua pele macia e sua
juba sedutora. Me devorando como uma
presa fácil. Fui uma presa fácil, presa entre suas presas.
Me sinto tomada, domada, por essa febre que me
entorpece como álcool e estômago vazio. Por esse querer-te feito fome e prato
vazio. E esse leito cheio e quente feito colo e cobertor de lã.
Como duas gatas no cio... Felinas, selvagens,
rasgando as horas como a pele de um cordeiro, rasgando a noite como seda
chinesa nas mãos de Vikings, sentindo o
frio se dissipar pelo fervor de suas coxas, pelo calor de seu íntimo, úmido e
firme. E seus movimentos precisos em minhas mãos, em minha língua, numa dança
de acasalar.
Olhos fechados, seios me olhando, mãos me
apertando, pernas cedendo a mim, ao meu desejo, à minha luxúria, ao meu clamor.
Roçando os quadris em meu íntimo, em meu colo, em minha face, em meus
pensamentos.
Deslizo as mãos, dedos, lábios... para te
encontrar. Sorvo-a em goles largos e demorados. Aprecio seu gosto, sua
temperatura e seu suor. No meu leito, raso ou fundo, cama ou chão, claro ou
escuro, em pé ou não; o único desejo é tê-la novamente em minhas mãos.
Marlua Sousa
17/07/2012
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