Chega bem manso e se aconchega em meu peito.
Chega de leve e atormenta a alma e o pensamento.
Fere quando a boca cala e assopra quando o olhar abraça.
Vejo tão manso e cansado em meu leito.
Suave brisa guarda esse momento.
Mastiga o gozo quando a coxa abarca o sentido do bem querer.
Abra os olhos e eu me deito.
Abro os lábios na tortura, no lamento...
Suga o néctar da flor da minha tara, do meu desejo.
Enlaça o segundo que é eterno.
Solta as horas para o meu deleite.
Permita que eu me enfeite desse tanto que é tão pouco para quem quer passado e presente.
Para quem não quer futuro além de um segundo.
Para quem só quer o agora e não o talvez.
Para que a centelha não se apague.
Para que a flor não seque.
Para que a boca não feche.
Para que a coxa abarque.
Para que esse Hórus em mim permaneça, aqueça, transcenda e anoiteça, com você dentro de mim.
Um comentário:
Profundo e intrigante...Sempre passo por aqui e admiro as suas postagens Luar...Nem sempre comento...mas, saiba que são todas muito lindas.Parabéns por este dom que Deus lhe deu...=)...
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