sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Receita de mim: 1/2 década e 1/4 de século

Penso, não falo, mas não calo, deixo transparecer nos olhos a insatisfação, mas me transborda também o possível amor e me entrega, me torna vulnerável com lágrimas nos olhos por uma repreensão.
Um mal entendido, uma carência que o outro não compreende e deixa-se criar dúvidas, aborrecimentos, desculpas que merecem ser pedidas mas não devem ser proferidas para não desgastar a magia da desculpa, do perdão. A noite que chegava e prometia muito de alegria, com novos conhecidos, com papos descontraídos, com psicólogos ainda não formados, mas num divã mais confortável, mais aconchegante, à luz das estrelas, holofotes, ao som de quase boa música, e a cabeça ainda um pouco pesada, os olhos vermelhos de cansaço, de aborrecimento, de fumaça dos cigarros que não podem ser fumados, mas o carinho das pessoas que podem e devem ser abraçadas.
Em meio a essa consulta com os novos psicólogos me vem na mente uma necessidade de um amigo de pouco tempo e muito em comum, um amigo que vi e não me apresentei, mas que tomo suas pílulas de fazer pensar  e mudar o mundo, penso em Marco Antonio, e percebo que tenho o mesmo desejo em mim, o de ser uma linda mulher de trinta anos, em viver esses meus trinta anos. Mulher descobri a pouco tempo que sou, pois ouvi de alguém que menos esperava 'ahh Lua, você que é tão mulherzinha...blá blá blá', e adorei saber que sou mulherzinha (obrigada Laura), ou aprendi a ser, pois até o momento só via no espelho um menininho preso em mim, querendo fazer traquinagens e não sabia como lidar com 'ele', mas depois dessa revelação descobri, sou 'mulherzinha'. Linda não sei se consigo ser, afinal a beleza é abstrato, é coisa que não se pode tocar porque o belo a você é o ogro a mim, mas caminho para que uns poucos me vejam linda e  não quero sofrer quando perceber que outros tantos me vejam ogro. Trinta anos falta um tempo para chegar, meia década mais ou menos, mas já sinto as responsabilidades e dramas e tramas de tal idade. E quando paro e penso que tenho ainda meia década até chegar ao meu objetivo recupero as esperanças e a vontade de traçar esse caminho; o caminho de ser mulher, talvez linda, e fazendo trinta anos.
Mas e esse um quarto de século que se passou? E esses acontecimentos, e o que vive comigo desde o nascimento perto e longe e que hoje se faz meu companheiro? Assim, dentre todas essas confusões, mal entendidos e aborrecimentos espero que ele me veja também como mulher, linda, e até que chegue e passe os trinta anos!

Um comentário:

Isis Cardoso disse...

Profundos pensamentos e reflexões...Acho que tem uma poeta em Conquista...Inspiradissíma! =)...Adorooooooooooooooooo!