quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Conversando que não se conhece...

"sinto sua sede
sua ansiedade
sou seu reflexo"

E depois de falar sobre o tempo, como me tomas quando me diz que sou eu, que é o mesmo que eu sinto, que é meu espelho que nunca vejo.
E a ansiedade aumenta, e a voracidade por saber-te consome minha mente, e dá medo, pois ver-me em um espelho que nunca me viu me constrange, mas me ensoberbece de delírios que nem sei se chegarão a ser febris.
Anseio, anseio sim...mas cada coisa no seu tempo, para que a brisa da asa da borboleta não se torne tufão, e leve a bela paisagem das pastagens que vemos juntos agora, sem olhar um no outro. As asas da borboleta são pequenas, e a distância desse encontro também, é só esperar o bater dessas asas, e ao sentir essa brisa com ela virá meu olhar num piscar, para prender-te em meus cílios como uma cama macia, sedenta, e fresca, como água do rio e colo de carência... e outras coisas que não se conhecem, só se sente!!
...
E depois de conhecido, é tão diferente de sonhos, tão humano que assusta!
E os cílios que queriam ser cama querem ser espinhos, para feri-lo e naufragar as esperanças, os quereres. E nem sabe se sabe, só deseja que não mais apareça, não mais tente machucar, não mais tente se envolver, não mais tente!
E a única tentativa que aceitaria é a de esquecer, e essa tentativa é vitoriosa!

(Atualizado em 07 de Novembro de 2011 às 09:57 am)

Jamesbondiano...

Ouve-se um ruído, abrem-se os olhos...enxerga a luz do dia.
Abre os braços como se quisesse abraçar o mundo e realmente abraça, pois a noite foi inesquecível - não que precisasse de alguém, ou que teve alguém nessa noite - mas ainda assim a noite foi inesquecível.
Sonhava com alguém que nunca viu, que é como se já conhecesse e fossem um só, no mundo nada que é a vida, e se completando em tudo que a vida nada nos dá. Sentiu o cheiro que não era comum, não era o cheiro de mato ou de pedra molhada que sente em seus sonhos; sentiu cheiro de barba, de cabelo, de pele...e nada estava lá presente, mas tudo aconteceu da melhor maneira que se pode acontecer, coisas platônicas que estão prestes a deixar de serem platônicas... e o frio a tomou pela espinha como se tudo fosse um sonho e ela não quisesse acordar daquele sonho..mas foi bom porque ela viu que o sonho, na realidade, também é bom.
Levantou e não calçou as sandálias, como toda manhã, ou toda hora do dia, ela gosta de sentir o peito do pé batendo junto à terra, sentir o que o dia tem a lhe oferecer..se for bom, que venha..se for ruim, que venha...o que quer que seja, foi a vida quem lhe deu, que venha...
De passo em passo foi vendo que a casa era grande, pois todo dia ela fica do tamanho que é seu coração, e hoje, especialmente hoje, ela sente a casa grande como se ela fosse um ponto pequeno no universo, e a casa o tamanho de sua alegria. E entra no chuveiro, e sente a água boa lavando a noite anterior e deixando ela mais pura ainda, mais querida ainda, mais deliciosa ainda... e foi booa porque ela não precisou de ninguém em carne, apenas alguém que surgiu sem dizer o porquê, e ela aventureira desbrava o íntimo desse que ela nem conhece, e sorri embaixo d'água que a cada minuto é melhor.
Se veste, se penteia, se pinta, sem muita regra, sem muito capricho, pois não quer tirar de si o brilho dos olhos e da pele daquilo que foi bom. Sai de casa e entra na rotina, rotina que nã será tããããooo rotina, porque a noite foi boa!! E espera que outras noites boas virão...porque o dia bom já chegou e ela se tornou da profundidade dos lagos que ainda irá desbravar com aquele que ela nem conhece, mas que assim como a noite que passou, virá e será bom!!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Olhar pra dentro

Quanto mais penso naquilo que sou, mais descubro o que não sou.
Sou tanto quanto menos eu imaginava, e muito mais do que veem, menos do que esperavam e mais do que merecem.
Saibam que nem tudo o que reluz é ouro, mas mesmo assim o brilho ofusca; e eu que tanto já fui ofuscada, quero brilhar como uma estrela morta, mas ainda assim uma estrela, pois o fardo é sempre pouco para quem tem ombros largos,  o ombr de uma estrela é do tamanho do universo que a cria e a consome, e que nunca deixa de ser univrso, porque ela nunca deixa de ser estrela.